HOMO TEMPUS - F.E. JACOB




Estamos sozinhos no universo?
Essa é uma pergunta que hoje não sabemos responder, mas no passado a resposta era “não”. Tínhamos irmãos, e não eram extraterrestres, e sim neandertais. Ao contrário da imagem que se construiu, eles eram tão humanos quanto nós, Homo sapiens, porém mais fortes e com o cérebro maior. Sua extinção continua sendo um mistério.
Esse livro conta a história de Wallace Vidal, um jovem bibliotecário que se perdia nas fases da própria vida, mas que por acidente viaja no tempo e é aprisionado por neandertais — no futuro. Agora ele precisa fugir e entender o que causou o colapso da nossa sociedade, ao mesmo tempo em que tenta desesperadamente consertar os erros que cometeu nesse futuro que não compreende. Para isso deverá sobreviver a uma longa jornada, em que precisará da ajuda de todos que encontrar, neandertais ou Sapiens.
Com narrativa fluida e diálogos rápidos, Homo Tempus é um romance distópico futurista, que se baseia nos mais recentes estudos paleontológicos. São utilizadas ideias de filósofos contemporâneos e simbolismos primitivos para retratar os ciclos de aprendizado humano que são necessários durante a vida e as consequências de serem ignorados, tanto para o indivíduo quanto para a sociedade.

Nada me da mais satisfação do que falar de algo novo, algo inovador e dessa vez eu venho fazer isso com esse super lançamento da Sromero Publisher, que gentilmente nos cedeu esse exemplar. O romance, que mistura uma narrativa futurista com elementos pré-históricos é a estreia de F. E. Jacob na literatura nacional.

Com uma narrativa fluída e interessante somos introduzidos nessa distopia que pode muito bem ser vista como uma profecia da desgraça social diante do fatal avanço tecnológico que sobreveio sobre a terra. Mudanças evolutivas mostradas desde os neandertais até Homo Sapiens.

Um realismo cheio de criticas a sociedade moderna, uma combinação perfeita entre ciência, filosofia e história da humanidade, que mostra de maneira fascinante a jornada do bibliotecário Wallace Vidal, que depois de um acidente acorda em um futuro inóspito, exatamente em 2085.

Nessa nova realidade de Wallace, vamos conhecendo a que ponto o avanço tecnológico chegou e como a lei do mais forte predomina nesse futuro. Para sobreviver nesse novo mundo Wallace vai contar com a ajuda da "resistência", pessoas que vivem a margem de toda loucura que se tornou o mundo.

Como alguém que não tem noção do próprio passado pode ser capaz de pensar o seu futuro?

Cenas de ação estão presente em praticamente todo o enredo e em um ritmo eletrizante o rapaz tenta descobrir como voltar a seu tempo e acordar de todo esse pesadelo. É em meio a uma dessas cenas que ele apaga e mais uma vez acorda em outro tempo, dessa vez é em um passado mundo distante, em que neandertais encontram abrigos em cavernas, onde a força física e crenças ditam as regras, nos fazendo entender algumas coisas que Wallace encontrou em 2085.

Existe um velho provérbio que diz que tempos difíceis criam homens fortes, homens fortes fazem tempos fáceis, tempos fáceis criam homens fracos e homens fracos fazem tempos difíceis.

Nessa passagem pelo passado muitas questões são levantadas, personagens secundários vão cativando o leitor e são os pensamentos e observações perspicaz do protagonista que vai mapeamento o genoma neandertal. Claro que vamos ter mais uma importante viagem nessa trama e é ela que revela como nós, o Homo sapiens, nos agarramos a tantos direitos e esquecemos dos nossos deveres, tornando uma sociedade suscetiva ao domínio.

Vivemos hoje sob a mais poderosa das tiranias. Uma tirania sem tirano, mas que ao mesmo tempo em que está em toda parte, é invisível.

F.E. Jacob construiu uma estrutura narrativa tão homogênea que por mais que nos vemos em outro cenário, em outra ambientação e em outro espaço de tempo a história não se perde, muito pelo contrário, deixa o leitor ainda mais afoito pelo desenrolar dos fatos.

Os valores criados pela sociedade as infantilizaram a um ponto em que não eram mais capazes de resolver problemas complexos de forma coletiva e até mesmo problemas elementares de forma individual.

Confesso que fiquei na dúvida se o autor conseguiria juntar todas as três  viagens no tempo que aparecem e dar um desfecho plausível para essa história. Devo dizer que majestosamente o desfecho ata todas as pontas e nos dá um fascinante quadro da humanidade e a essência do que nos torna humanos. Como o próprio autor falou em uma entrevista a Revista Conexão Literatura:

Todos nós fazemos parte de um grande fluxo da humanidade. Foram as ações de todos os nossos ancestrais que nos permitiram estar aqui hoje, da mesma forma, as nossas decisões vão influenciar a vida dos que ainda nem nasceram. 

Os diálogos, ainda que muitos com um tom filosófico,  são claros e objetivos, que casando com o fluxo de consciência do protagonista e a narrativa em terceira pessoa rendem uma história envolvente, dinâmica e extremamente fluída. Por outro lado temos as várias cenas de ação, que ficaram um tanto quanto corridas, o que não tirou em nada a originalidade do enredo e nem mesmo o foco do livro que é mostrar, através do nosso passado, o que os futuro nos reserva. 

Uma história convicta que nos faz estar lado a lado com o bibliotecário viajante no tempo, com sua pegada utópica,  tom filosófico e um pouquinho de romance para dar a liga ela sequestra o leitor e de uma maneira despretensiosa entra em nossa mente, deixando sua marca em quem se aventurou pelas páginas desse livro e descobriu o fantástico mundo de Homo Tempus criado pelo Jacob.



Coisas admiráveis são difíceis de ser criadas, mas facilmente destruídas.



F.E. Jacob nasceu no “pré-histórico” 1978, é Engenheiro de Produção pela Universidade Federal de Viçosa e Mestre em Política Econômica pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA. Desde criança, já lia tanto quanto um Neandertal comia, deglutindo qualquer livro, artigo ou revista em quadrinho que lhe passasse debaixo do nariz, se tornando um adulto superantenado com as questões da sociedade atual. Se declara um “nerd genérico” viciado em informação, lendo tudo sobre sociedades antigas, economia, física, ciência política, psicologia, biologia... leia mais aqui



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