Ensaio Sobre a Cegueira - José Saramago

Livro: Ensaio Sobre a Cegueira
Auto(a): José Saramago
Páginas:312
Editora: Companhia das Letras


Uma terrível "treva branca" vai deixando cegos, um a um, os habitantes de uma cidade. Com essa fantasia aterradora, Saramago nos obriga fechar os olhos e ver. Recuperar a lucidez, resgatar o afeto: essas são as tarefas do escritor e de cada leitor, diante da pressão dos tempos e do que se perdeu.
Um motorista parado no sinal se descobre subitamente cego. É o primeiro caso de uma "treva branca" que logo se espalha incontrolavelmente. Resguardados em quarentena, os cegos se perceberão reduzidos à essência humana, numa verdadeira viagem às trevas.
O Ensaio sobre a cegueira é a fantasia de um autor que nos faz lembrar "a responsabilidade de ter olhos quando os outros os perderam". José Saramago nos dá, aqui, uma imagem aterradora e comovente de tempos sombrios, à beira de um novo milênio, impondo-se à companhia dos maiores visionários modernos, como Franz Kafka e Elias Canetti. Cada leitor viverá uma experiência imaginativa única. Num ponto onde se cruzam literatura e sabedoria, José Saramago nos obriga a parar, fechar os olhos e ver. Recuperar a lucidez, resgatar o afeto: essas são as tarefas do escritor e de cada leitor, diante da pressão dos tempos e do que se perdeu: "uma coisa que não tem nome, essa coisa é o que somos".

Um motorista parado no sinal se descobre subitamente cego. É o primeiro caso de uma "treva branca" que logo se espalha incontrolavelmente. Resguardados em quarentena, os cegos se perceberão reduzidos à essência humana, numa verdadeira viagem às trevas.O Ensaio sobre a cegueira é a fantasia de um autor que nos faz lembrar "a responsabilidade de ter olhos quando os outros os perderam". José Saramago nos dá, aqui, uma imagem aterradora e comovente de tempos sombrios, à beira de um novo milênio, impondo-se à companhia dos maiores visionários modernos, como Franz Kafka e Elias Canetti.Cada leitor viverá uma experiência imaginativa única. Num ponto onde se cruzam literatura e sabedoria, José Saramago nos obriga a parar, fechar os olhos e ver. Recuperar a lucidez, resgatar o afeto: essas são as tarefas do escritor e de cada leitor, diante da pressão dos tempos e do que se perdeu: "uma coisa que não tem nome, essa coisa é o que somos".

Se ainda estivesse vivo, ele, ganhador de Nobel, escritor, jornalista, dramaturgo e tradutor, José de Sousa Saramago, estaria, hoje, completando 95 anos.
O escritor português morreu aos 87 anos, deixando seu legado literário, com obras renomadas e polêmicas.
Em homenagem a está ilustre pessoa eu quero dividir com você minha experiência com o livro Ensaio Sobre a Cegueira, que foi lançado em 1995, indo parar nos cinemas em 2008.




Tudo começa com uma cegueira instantânea que parece ser transmita através do olhar, pois todos que tiveram contato com o primeiro cego ( o que cegou no carro) é tomado pelo mar de leite nos olhos.
Um tratar interessante do autor neste ponto é que nenhum dos personagens são apresentados pelo nome e sim por alguma característica marcante, como a rapariga de óculos escuros, mulher do médico, mulher do primeiro cego, é assim vão sendo apresentados todos os personagens.

Com uma suposta epidemia surgindo o Ministério da Saúde rapidamente coloca os cegos em  quarentena, usando galpão, igrejas e manicômios abandonados, para acomodar tantas pessoas. O foco do livro se dará na convivência dos internos do manicômio, onde vamos ver a luta diária pela sobrevivência, seja por inadimplência do governo ou pelos inúmeros conflitos internos.
 O que ninguém sabe, ou finge não saber, é que a mulher do médico por algum motivo é a única que não se contagio com a cegueira coletiva, mas que para ficar ao lado do esposo diz estar cega e passa a ser os olhos de todos de seu quarto.

O convívio piora com a chegada de mais internos, centenas de pessoas perdidas em seus mares de branquidão. A cegueira é tamanha que eles não se dão conta de quando a liberdade chega. É preciso uma tragédia para fazer com que a mulher, do médico que "enxerga", veja que já não tem nada que os impeça de sair daquele lugar.

Fora das cercas que os aprisionava a visão é desoladora, um mundo em que toda a população está cega, que passou a viver como animais em busca de sobrevivência. Claro que nesta nova fase do enredo caberá a mulher do médico guiar o grupo, pelas ruas da cidade, que mais parece um cenário de guerra, pós apocalíptico.   



Uma leitura perturbadora, intensa, que despertou em mim todo o tipo de sentimentos possíveis, fazendo me colocar no lugar dos personagens a todo instante. O autor de forma magnifica prende o leitor neste enredo e nos faz abrir os olhos para a  essência do homem.

Confesso que o estilo da escrita assusta de início, sem contar a falta de nomes próprios nos personagens, me fazendo os identificar por suas características e particularidades. Habituada com o padrão que aprendemos desde a escola, o livro impressiona por não fazer a utilização de parágrafos, aspas e afins. É uma escrita direta, o que torna a leitura extremamente fluída.
Pode se notar um bom exemplo do que estou dizendo no trecho a seguir.

Por que foi que cegamos, Não sei, talvez um dia se chegue a conhecer a razão, Queres que te diga o que penso, Diz, Penso que não cegamos, penso que estamos cegos, Cegos que vêem, Cegos que, vendo, não vêem.

Não consigo descrever as emoções por mim sentidas durante a leitura deste livro. Fiquei com tanta raiva de alguns personagens, pensando em como podem estarem na mesma situação e ainda assim se acharem no direito de tirar proveito?! 

Este não é um livro para qualquer um, ele é dramático, com um terror psicológico de nos tirar o fôlego.
Ele precisa ser lido e interpretado nas entrelinhas, ele é uma fantasia que retrata a realidade do nosso instinto animal.

Eu li e digo para você leitor, prepare o coração e leia também, garanto que ele irá para o topo de sua lista de melhores livros lidos.