A Garota Do Orfanato Sombrio - Temple Mathews

Livro:  A garota do orfanato sombrio
Autor (a): Temple Mathews
Páginas: 304
Editora:  Jangada




Parceira 2018
Echo Stone acorda suando frio num quarto escuro e desconhecido, sem saber exatamente como foi parar ali. Tentando entender a situação, ela descobre que aquele lugar sombrio é a “Casa do Meio”, um orfanato que abriga crianças e adolescentes. Só tem um problema: Echo não é órfã, seus pais estão vivos! Mas ninguém parece se importar com suas explicações e o único disposto a ajudá-la a fugir dali é Cole.
Mas quando a garota consegue voltar pra casa o problema fica ainda pior: uma fita amarela da polícia indica que um crime horrível e violento aconteceu - seu próprio assassinato! Echo está morta e não sabe como isso aconteceu. Desesperada para ter sua vida de volta, ela inicia uma busca para resolver esse enigma e, à medida que cresce a lista de suspeitos, ela descobre que não é a garota boazinha que julgava ser...



Eu não tenho o habito de ler sinopse de livro, pois gosto das surpresas do enredo e foi assim que me surpreendi quando minhas suspeitas em relação a protagonista desse livro se confirmaram. E para escrever essa resenha eu poderia tomar duas linhas, uma em fazer mistério sobre minhas suspeitas e a que vou seguir em já falar logo de cara, uma vez que a própria sinopse não faz mistério algum quanto ao fato de Echo Stone, estar morta.


A premissa da história não é algo inovador, mas a mistura de referências tornou no minimo criativa, além de ser divertida e simples. Um sombrio trhiller infantojuvenil, perfeito para quem está iniciando dentro do gênero.

O orfanato sombrio em questão é a Casa do Meio, uma espécie de purgatório para todo fantasma adolescente que tenham perdido a vida de forma violenta, ou seja, que tenham sido assassinados. Eles só se libertam desse "plano" quando descobrem seu verdadeiro assassino e vingam sua morte. 

As crianças deste orfanato não só estão mortas como carregam certas peculiaridades, que as auxilia na hora da busca por vingança e isso me lembrou muito uma série com crianças peculiares que eu amo de paixão, então é claro que me agradei bastante em notar essa referência. E é com a ajuda das demais crianças que Echo irá se lembrar do fatídico dia da sua morte e tudo que ocasionou esse momento. 

– Os fantasmas podem tocar e sentir uns aos outros, mas não os vivos. Os vivos não podem nem ver nem ouvir a gente – disse Cole.
– E podemos tocar coisas e andar por aí – acrescentou Cabeça de Ziper. – Às vezes, quando coisas materiais entram em contato conosco, quase nem sentimos; elas passam através de nós. É esquisito, eu sei.

Lançado no E.U no ano passado, o roteirista Temple Mathews, apresenta neste livro personagens adolescentes criveis com as idades dadas a eles, exemplo disso é a protagonista, No decorrer da trama Echo se mostra teimosa, birrenta e até mesquinha em suas atitudes, mas ainda sim, em meio a tantas diferenças entre os personagens eles conseguem se ajudar e ainda criam um bonito laço de amizade.

O núcleo romântico do livro não convenceu muito. O ponto fora da curva foi um triangulo amoroso meio forçado. De um lado temos Andy, "vivinho da silva" e do outro temos sua falecida namorada e o amigo do orfanato, Cole. Mas lembra que falei das atitudes críveis com a idade?! Cole carrega um sentimento pela garota e ela encontra conforto nele enquanto não recupera sua vida e volta aos braços de Andy, simples assim!

Pensei na ideia de renascer. O conceito me acalmou, mas apenas por um instante. A imagem de Andy surgiu na minha cabeça. Eu não ia conseguir apagá-la e nunca faria isso. Não queria fazer parte de nenhum tipo de existência em que ele não estivesse.

A lista de suspeito do assassinato da garota só cresce e em meio a essa caçada uma jornada de autodescoberta vai surgindo diante do leitor, que descobre que a mocinha da história não é tão mocinha assim. Uma característica de trhiller é nunca confiar no narrador.

Para se libertar das amarras da vida passada a garota precisa libertar o ex de seus sentimentos e é nesse momento que outra grande referência me deixou com um sorriso bobo no rosto.  
Se você tem cerca de trinta anos com toda certeza conhece essa cena aí do lado, que mesmo tendo visto inúmeras vez ainda me tira suspiros e quando algo assim aconteceu no livro eu fiquei com o coração muito quentinho. E é nessa parte que o destino coloca diante de Echo a oportunidade de retomar a sua vida.

Comecei a me perguntar: o que significava ser humano? Achei que sabia a resposta quando estava viva. Agora que estava morta, não tinha tanta certeza assim. Devia ser mais do que “merdas acontecem e depois você morre”. Qual era o nosso propósito? Será que consistia realmente em ganhar tanto dinheiro quanto possível e se divertir ao máximo antes de bater as botas?

Apesar de simples, o desfecho se dá sem pontas soltas e cria um gancho enorme para uma continuação, que na minha opinião seria muito bem vinda. Vindo de um roteirista não espere outra coisa se não uma narrativa intrigante e criativa, ainda que dentro de uma premissa que já conhecemos. Uma história despretensiosa que cumpre com a proposta de entreter captando as nuances da adolescência e do sobrenatural.

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