O ASSASSINO DO ZODÍACO- Sam Wilson

Livro: O Assassino do Zodíaco
Autor (a): Sam Wilson
Páginas: 464
Editora: Jangada

Parceira 2018

 
Numa sociedade corrupta e violenta, dividida pelos signos do Zodíaco, as desigualdades entre as pessoas vêm do berço e continuam por toda a vida. Assassinatos passam a ocorrer com brutalidade incomum, e as vítimas parecem não ter nada em comum. Seriam esses crimes uma rebelião contra o sistema ou obra de um serial killer? Para encontrar uma resposta, o detetive Jerome Burton se junta à astróloga forense Lindi Childs. Juntos eles percorrem uma trajetória sombria para tentar desvendar uma história tenebrosa de traição, amores perdidos, promessas quebradas e uma verdade devastadora capaz de abalar o mundo em que vivem...

Amor   á primeira vista é a melhor definição que encontro para descrever o meu sentimento para com esse livro. Desde o lançamento da Editora Jangada, que eu desejava conhecer essa distopia que tem feito sucesso entre os leitores.

A primeira vista podemos até nos assustar com a quantidade de páginas, mas que com o decorrer da leitura nem vemos passar, então, leitura finalizada vamos a resenha.



Temos um assassino em série a solta e pelo que tudo indica ele é um ariano dos movimentos liberais, que vem assolando a população de San Celeste com suas ideias antissignistas de igualdade. Uma rebelião contra o sistema que conduz a sociedade.

Essas leis se baseiam na ideia fantasiosa de que devemos tratar pessoas de signos diferentes da mesma maneira. Mas isso é impossível. Por que? Porque elas não são iguais. Pessoas de signos diferentes se comportam de modo diferente.

Neste mundo criado por Sam Wilson, a única coisa que importa é seu signo, é ele quem vai definir onde você deve estudar, morar ou mesmo trabalhar. Se colocarmos em uma piramide teremos no topo os capricornianos, que controlam quase todas as riquezas e a base com os arianos, que vivem em Ariesville, um lugar miserável e cheio de violência. São estereótipos de grupos sociais classificados por seus signos.

Como Verdadeiro Capricorniano, temos o herdeiro de uma famosa rede de hotéis, Daniel Lapton, que está em busca de sua filha perdida e essa busca vai render muitas descobertas, revelando a engrenagem podre e deficiente que move a sociedade.

Para manter a ordem em Ariesville, uma SWAT própria foi criada. Levando o nome de Esquadrão Aríete. Eles deixam um rastro de sangue por onde passam. Com uma insanidade disfarçada de progresso, eles tentam dar um rumo a sociedade perdida.

Astrólogos forenses haviam convencido o público de que eles eram os agentes mais confiáveis na guerra contra o crime, assim como acreditam que jamais haverá paz se os signos negarem sua natureza autêntica, ou seja, se você é de peixes obrigatoriamente você deve ser solidário.

Boa parte do programa educacional que ele criou consistia em induzir os alunos a se comportar de acordo com os próprios signos, pois assim, se adaptariam melhor á sociedade.

Com base nas crenças e leis de San Celeste, o detetive Jerome Burton e a astróloga Lindi Childs, vão tentar traçar o perfil do assassino, comparando os mapas astrais das vitimas e suas ligações. Eles são incompatíveis, o detetive é um touro conservador, e Childs é um aquário liberal, e Burton duvida que as respostas estejam no céu.

Enquanto o assassino não é preso a cidade entra em colapso e boa parte da população ariana entra em confronto com a policia, colocando ainda mais pressão sobre as autoridades para desvendar o caso.

Em meio a tudo isso a dúvida que fica é: Quem está matando essas pessoas e por quê?

O autor explora de modo impactante a discriminação e a intolerância, mas sem oferecer respostas prontas, está tudo nas entrelinhas desta distopia. Enquanto a criação do assassino é um eco poético do famoso serial killer, Zodíaco.
Sam nos mostra um sistema político autoritário, que rege de maneira arbitrária e até tirana os grupos que divergem de suas opiniões.

A originalidade está na criação de uma sociedade dividida por signos do zodíaco, em que o status é lançado no nascimento e obrigatório para a vida. Alguns minutos podem ser a diferença entre uma vida de luxo ou uma existência de pobreza e dor.

A caracterização dos personagens é fabulosa, ainda mais se levarmos em conta que todos são moldados, desde berço, pelo seu signo e o leitor consegue identificar suas essências, independente do dia e mês de nascimento.

A trama é rica em criticas sociais, seja por meio dos inteligentes diálogos ou pelas ações desencadeada pelos assassinatos e o protagonista vive tantas situações ameaçadoras, tendo a própria inocência colocada a prova, que o livro se encaixa perfeitamente em um trillher policial.

O livro conta com noventa capítulos, afinal são quase 500 páginas, mas eles são bem curtos e intercalam entre os núcleos da trama. Ora temos um falando sobre a investigação, em seguida entra um descrevendo as dores de um pai em busca de sua filha e prontamente entra os conflitos na zona ariana. Isso é feito de uma forma tão rítmica que mal notamos as páginas avançarem, quando notamos temos todas as peças de um quebra-cabeças policial de nós fazer querer puxar os cabelos e quando tudo se revela o livro já chegou ao fim.

Com tudo isso acho até desnecessário falar que eu RECOMENDO a leitura, ainda mais quando um livro com uma premissa tão original vem acompanhada de uma edição que é perfeita, bem revisada e capa que é um luxo com seus destaque envernizados, amo de paixão. Enfim, esse foi mais um livro cedido pelo Grupo Editora Pensamento, parceiro 2018 da Cabine. E para quem deseja conhecer um pouquinho mais do autor e sua inspiração para escrever o livro, pode conferir a entrevista dele bem aqui na Cabine.